O Natal é a celebração do nascimento
de Jesus, o Filho de Deus. Muitos cristãos hesitam em comemorar o Natal e
outros chegam mesmo a fazer oposição a essa comemoração, em virtude de não
sabermos, com exatidão, a data precisa em que aconteceu esse fato auspicioso.
Ainda outros desaconselham a celebração do Natal em virtude dos vários adendos
acrescidos à festividade como presépio, árvore enfeitada e Papai Noel.
Entendemos, que esses acréscimos não fazem parte do verdadeiro Natal e não
devem distrair nossa atenção. Precisamos, portanto, resgatar o verdadeiro
sentido do Natal e devolvê-lo a seu verdadeiro dono, Jesus Cristo, nosso
Salvador.
A celebração do Natal é legítima,
pois o primeiro Natal foi motivo de festa no céu e na terra, comemorado pelos
anjos e pelos homens. A grande notícia anunciada pelo anjo do Senhor, aos
pastores de Belém foi: "Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande
alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi,
o Salvador, que é Cristo, o Senhor" (Lc 2.10,11).
Natal é a verdade bendita de que o
Eterno entrou no tempo, Deus se fez homem e o Senhor dos senhores se fez servo.
Natal é o cumprimento do plano da redenção, traçado nos refolhos da eternidade.
Natal é a concretização da promessa do Pai e o cumprimento das profecias
anunciadas pelos patriarcas e profetas. Natal é a consumação da esperança de
Israel. Na plenitude dos tempos, o Cristo de Deus, nasceu de mulher, nasceu sob
a lei, para nos redimir dos nossos pecados.
Natal não é festa gastronômica.
Natal não é o comércio guloso
capitaneado pelo velho bojudo de barbas brancas. Natal não é troca de presentes
nem ruas enfeitadas com cores policromáticas. Natal é a luz do céu invadindo a
escuridão da terra. Natal é o Verbo eterno de Deus, se fazendo carne para
habitar entre nós, cheio de graça e de verdade. Natal é o Deus que nem o céu
dos céus pode contê-lo esvaziando-se, a ponto de nascer como um bebê numa pobre
vila da Judéia. Natal é o criador e dono do universo despojando-se de sua
glória para calçar as sandálias da humildade, fazendo-se pobre para tornar-nos
ricos. Natal é a proclamação embalada nas asas da alegria, anunciando que Jesus
é o Salvador do mundo, o Messias prometido, o Senhor do universo.
Natal é a evidência mais eloquente do
amor de Deus aos pecadores.
Quando Deus criou o universo, fê-lo
pela palavra do seu poder. Quando Deus criou o homem, colocou a mão no barro.
Porém, quando Deus desceu para resgatar o homem entrou no barro, pois o Verbo
se fez carne, vestiu pele humana e armou sua tenda entre nós. Natal é a
consumação da maior dádiva de Deus ao homem. Deus amou o mundo e deu seu Filho
Unigênito para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Deu-o não a quem merece, mas a pecadores indignos. Deu-o não para ser exaltado
entre os homens, mas para ser cuspido por eles. Deu-o não para entrar na
história como o Rei da glória, mas para carregar a cruz maldita, como servo
sofredor. Deu-o não na última hora, mas desde a eternidade!
Natal é a festa da salvação.
É a celebração que nos remete ao
plano eterno de Deus, quando a própria Trindade, no recôndito dos tempos
eternos, decidiu nos amar e nos destinar para a salvação. Nesse projeto divino,
o Pai envia o Filho e o Filho se submete ao Pai. Nesse decreto eterno, o Pai escolhe
um povo e o dá como presente a seu Filho. O Filho deixa a glória que sempre
teve com o Pai e desce para morrer em favor desse povo. O Espírito Santo,
regenera e sela esse povo como propriedade exclusiva de Cristo. Agora, nós,
povo de Deus, povo redimido, alcançado pela graça, devemos exaltar pelos
séculos sem fim, o Cordeiro de Deus, por tão grande salvação. Que o Natal de
Jesus seja celebrado por todos nós, com fervor efusivo, com alegria indizível e
com entusiasmo sem igual!
Rev. Hernandes Dias Lopes